Imagine a seguinte cena: o gerente de projetos de uma empresa de software estava em sua sala, um computador com notificações incessantes de tarefas para concluir.
O projeto mais importante do ano estava atrasado, e a equipe, composta majoritariamente por jovens talentos, demonstrava sinais claros de desmotivação.
Recentemente, dois membros solicitaram afastamento por questões de saúde mental.
O gerente se perguntava: “O que estou fazendo de errado? Por que nada parece avançar?”
Nesse artigo, vamos aprofundar os tipos de conflito que podemos encontrar no ambiente de trabalho e como superá-los.
Conflitos custam mais dinheiro do que você imagina
Conflitos no ambiente de trabalho não são apenas desconfortáveis; eles têm um custo financeiro significativo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que transtornos mentais comuns, como depressão e ansiedade, resultam em uma perda de produtividade de aproximadamente US$ 1 trilhão por ano globalmente.
Precisamos entender os três principais tipos de conflito e como se relacionam com o cotidiano do trabalho.
- Organizacionais
- Interpessoais
- Pessoais
Conflitos organizacionais
Conflitos organizacionais surgem por processos, regras ou políticas percebidas como ineficientes ou injustas pela equipe.
Diferença em metas, valores, políticas e processos internos podem gerar embates e insatisfações. Empresas que não apresentam suas metas com clareza faz com que os funcionários não saibam exatamente o que se espera deles.
A escassez de recursos também gera insegurança na equipe, tornando-os resistentes a mudanças que a empresa precisará ter, seja por concorrência ou comportamento do mercado.
Conflitos interpessoais
Ocorre quando duas ou mais pessoas veem uma situação de maneira diferente, podendo entrar em conflito buscando uma solução.
Nem sempre estes conflitos são negativos. Estimular conflitos positivos, como brainstorming, reuniões de feedbacks sobre projetos, feedback 360º entre outras técnicas são formas que empresas com áreas voltadas à saúde mental maduras usam para tornar o ambiente de trabalho um local colaborativo, saudável e produtivo.
Porém, é comum ver conflitos negativos, embates que acontecem devido a diferenças de personalidade, estilos de trabalho, valores e expectativas.
Um conflito muito comum é o choque de gerações, pessoas mais velhas podem ter dificuldade em lidar com o dinamismo que novas gerações carregam devido à forma como cresceram e enxergam o mundo.
Conflitos pessoais
É o mais camuflado dos conflitos, é difícil ver de fora como a pessoa lida com si mesma, com suas inquietações, medos e ansiedades.
Conflitos pessoais não são necessariamente ligados à empresa. Situações em casa são comumente vistas como geradoras de ansiedade e angústia na vida das pessoas, e não há como essa ansiedade não ser transportada para o ambiente de trabalho.
Os sentimentos gerados por conflitos pessoais podem ser um combustível para estimular demais conflitos, a dinâmica entre colegas e líderes, gerando um clima de tensão ou isolamento.
Para identificar a origem dos conflitos, a liderança deve analisar processos, políticas e o bem-estar dos funcionários. Embora enfrente seus próprios desafios, seu papel é garantir um ambiente acolhedor e produtivo.
Ambiente de trabalho tóxico e seus sinais
Por vezes, vemos vídeos viralizando nas redes sociais de pessoas denunciando ambientes de trabalho tóxicos.
Voltemos ao exemplo do gerente de software com projeto atrasado para entregar. Sabemos da sua preocupação com a reação do cliente e a continuidade do contrato, mas também sabemos que esse líder não sabe exatamente como lidar com a constante rotatividade na empresa, mesmo fornecendo um pacote de benefícios competitivo e bons salários.
Ele percebeu haver desentendimentos constantes entre funcionários mais antigos e novos, parecendo existir uma competitividade excessiva entre eles, desencorajando novos talentos se desenvolverem por se sentirem “tolidos”.
O senso de competitividade também vinha dele, mas a má comunicação com a equipe estimulava conflitos e isolavam os novos funcionários, que logo pediam demissão e partiam para outra oportunidade.
O ponto principal é: o gerente demorou para perceber isso, porque são poucas as vezes que ele fica ciente que houve conflitos no ambiente de trabalho.
Portanto, observe se alguns desses dois sinais acontecem na sua empresa:
-
- Funcionários muito silenciosos nas reuniões: a personalidade do colaborador pode ser introspectiva, mas é bom atentar-se se a pessoa também está se isolando em suas atividades. É comum terem dificuldade de pedir ajuda quando não estão se sentindo bem
- Desentendimentos constantes: sejam em reuniões ou fora dela, você percebe que a equipe “corta” uma a outra durante as falas, ou se pessoas que deveriam ter mais contato diariamente, não o fazem
Funcionários desengajados custam à economia global US$ 8,9 trilhões do PIB global por ano, e a sua empresa faz parte dessa conta.
Ambientes de trabalho tóxicos não surgem do dia para a noite, e muitas vezes, a raiz do problema está na forma como os conflitos são administrados (ou ignorados).
No entanto, nem todo conflito é negativo.
Quando bem gerenciados, os desafios no ambiente de trabalho podem se transformar em oportunidades de crescimento, inovação e colaboração. É aqui que entram os conflitos construtivos, um recurso valioso para organizações que desejam melhorar sua cultura e fortalecer o engajamento dos funcionários.
Conflitos construtivos como programas de saúde mental no trabalho
Pode soar estranho falar em “conflito construtivo”, a palavra conflito gera sentimentos ruins no senso comum.
Conflitos construtivos são divergências que não geram impactos negativos na empresa, mas sim impulsionam a inovação, a criatividade e o crescimento em uma organização.
Alguns exemplos desse tipo de conflito:
Brainstorming estruturado
No início de um projeto importante, podem haver diferentes caminhos para seguir. Essa vasta opção de caminhos pode gerar debates que, se não geridos, tornam-se destrutivos.
O Brainstorming é uma prática que consiste em reunir as equipes responsáveis pelo projeto para propor ideias. Com as ideias na mesa, o grupo é estimulado a olhar para as diferentes ideias e procurar meios de complementá-las, com olhar crítico, estruturando como o projeto acontecerá até a entrega.
Nesses momentos, será indispensável estar atento a:
- Estabelecer um ambiente seguro onde ninguém tenha medo de sugerir ideias;
- Criar regras para que todos sejam ouvidos sem interrupções;
- Estimular o pensamento crítico, encorajando perguntas que desafiem suposições.
Feedback 360º
O feedback 360° é uma ferramenta estratégica para alinhar expectativas e desenvolver habilidades interpessoais. Ele consiste em um sistema onde um profissional recebe avaliações de diferentes pessoas, incluindo colegas de equipe, subordinados e gestores.
Exemplo prático: o gerente de projetos da empresa de software recebe feedbacks recorrentes de sua equipe, informando que sua comunicação está deixando os prazos confusos. Ele pode reagir de duas formas:
- Negativamente: sentir-se atacado e não considerar as opiniões da equipe;
- Positivamente: enxergar a crítica como uma oportunidade de melhorar sua comunicação e implementar ferramentas mais eficazes para delegar tarefas.
Escolhendo a forma positiva de reagir, a gestão pode promover o feedback 360º aos funcionários, contando com uma preparação sobre o que é a tarefa e quais serão as perguntas norteadoras para desenvolver um ambiente construtivo e saudável.
Mentoria reversa
Com 20 funcionários, uma empresa familiar do ramo da indústria, cliente da Empodere, enfrenta desafios geracionais constantemente. Enquanto os pais possuem muita experiência no negócio, os filhos, que agora assumem a empresa, trazem consigo inovações tecnológicas e um novo olhar para o mercado.
Nesse cenário, a geração mais jovem enfrenta resistência para convencer os mais velhos que a inovação fará sentido para a empresa. O atrito causado pode gerar situações desconfortáveis para a família.
Estes desafios são comuns, pois cada geração tem valores, crenças, estilos de trabalho e expectativas diferentes.
Enquanto um jovem da Geração Z sugere o uso de novas ferramentas digitais para automatizar processos, um colaborador mais experiente pode ter dificuldades de aderir às novas tecnologias.
A falta de conformidade nas ideias das diferentes gerações, pode comprometer significativamente o resultado e lucro do negócio.
Na mentoria reversa, os mais jovens são incentivados a compartilhar seus conhecimentos sobre novas tecnologias e tendências digitais, enquanto os mais experientes oferecem orientação estratégica, visão de negócios e habilidades interpessoais.
Essa abordagem ajudou a diminuir barreiras entre gerações, aprimorar a comunicação interna e aumentar o engajamento dos funcionários. Além disso, fortaleceu a cultura organizacional ao integrar diferentes perspectivas e criar um ambiente onde todos se sentem valorizados.
Como a Empodere pode ajudar a sua empresa
Criar um ambiente de trabalho saudável, produtivo e engajador exige mais do que bons salários e benefícios. É necessário construir uma cultura organizacional forte, promover a segurança psicológica e garantir que líderes e equipes tenham suporte para lidar com desafios diários. Empresas que investem no bem-estar de seus colaboradores não apenas reduzem conflitos e rotatividade, mas também aumentam a produtividade e a inovação.
A Empodere possui a expertise e as ferramentas certas para apoiar sua empresa nessa transformação. Com uma abordagem estratégica e humanizada, ajudamos a desenvolver lideranças, fortalecer a cultura organizacional e criar iniciativas que impulsionam o engajamento das equipes.
Acreditamos que um ambiente de trabalho positivo não só melhora o desempenho dos colaboradores, mas também impacta diretamente os resultados do negócio.
Se sua empresa busca soluções para aprimorar a gestão de pessoas e criar um ambiente mais saudável e produtivo, conte com a Empodere.
Estamos prontos para ajudar você a transformar desafios em oportunidades e construir um time mais forte e engajado.
